Oftalmologista Dr. Matheus Sticca
A conjuntivite é uma das causas mais comuns de olho vermelho no dia a dia do oftalmologista.
Ocorre a dilatação dos vasos da conjuntiva, a “pele” que recobre a superfície do olho, que fica inflamada com saída de secreção e lágrimas.
A vermelhidão na conjuntivite geralmente é mais difusa, afetando todo o olho.
Os sintomas são: secreção ocular, sensação de areia, ardor, fotofobia (sensibilidade à luz), embaçamento visual leve, lacrimejamento, prurido e irritação.
A secreção é um sinal importante de conjuntivite e é a causa dos olhos ficarem grudados, principalmente pela manhã.
A secreção tende a ser mais aquosa, esbranquiçada e transparente nas conjuntivites alérgicas e virais, e mais amarelada nas bacterianas.
As conjuntivites podem ser infecciosas (principalmente virais ou bacterianas) ou não infecciosas, geralmente alérgicas (onde o prurido e a história de alergia prevalecem) e tóxicas (exposição a produtos químicos e conservantes de colírios).
As conjuntivites virais são altamente contagiosas.
As virais causadas pelo adenovírus são mais agressivas e duradouras, podendo formar membranas ou pseudomembranas, que exigem remoção por procedimento. Além disso, podem desencadear inflamação corneana de longo prazo (infiltrados adenovirais), resultando em embaçamento visual crônico após a fase aguda de infecção.
A duração da doença em casos mais simples é de cerca de 4 a 7 dias.
Na conjuntivite adenoviral, o processo inflamatório intenso pode durar de 2 a 4 semanas.
O tratamento inclui prevenção da transmissão e alívio dos sintomas com compressas frias, lubrificantes, higiene local e óculos escuros.
Se você está ou entrou em contato com alguém que esteja com a doença, é muito importante lavar as mãos abundantemente com sabão e evitar tocar nos próprios olhos, pois a inoculação direta é a principal forma de transmissão.
É importante consultar um oftalmologista se houver suspeita de conjuntivite, tanto para diagnóstico e tratamento corretos, quanto para afastamento do paciente, a fim de evitar a transmissão para outras pessoas.
Inicialmente, em casos de conjuntivite viral não se usa antibiótico (que combate bactérias).
Atualmente, não há antivirais disponíveis comercialmente para o tratamento específico das conjuntivites virais.
Quando há pseudomembranas, podem ser necessários antibióticos para prevenir infecções secundárias, devido ao sangramento no local de remoção da membrana.
As conjuntivites bacterianas são menos comuns no consultório e podem envolver vários microrganismos.
Uma das mais graves é a causada pela bactéria que provoca a gonorréia, podendo até mesmo causar perfuração da córnea.
A secreção é mais purulenta e o exame oftalmológico é indispensável.
São mais comuns em crianças, pacientes com algumas comorbidades e em superfícies oculares comprometidas, como olho seco e exposição ocular devido ao mal posicionamento das pálpebras (lagoftalmo) ou dos cílios (triquíase).
Antibióticos tópicos (colírios) ou sistêmicos geralmente são necessários nos casos de conjuntivite bacteriana.