A erosão recorrente da córnea é uma condição que afeta a camada superficial da córnea, chamada epitélio, tornando-a frágil e propensa a desprendimentos frequentes.
Os sintomas mais comuns incluem dor ocular, especialmente à noite ou ao acordar, acompanhada de sensação de areia e ardência que geralmente melhoram ao longo do dia.
Alguns pacientes relatam que ao acordar, mesmo com os olhos ainda fechados, conseguem antecipar a dor que ocorrerá ao abrir os olhos.
Essa dor iniciada ao acordar pode ser explicada pelo edema noturno da córnea, pela aderência do epitélio com a parte interna da pálpebra durante o sono e pelos movimentos oculares que ocorrem durante a fase REM.
Outros sintomas que podem estar presentes são visão embaçada, sensibilidade à luz, lacrimejamento, irritação e vermelhidão nos olhos.
Os traumas oculares leves, como toques com dedo, unha, vegetais ou papel, são as principais causas desse problema.
Além disso, a erosão recorrente também pode ocorrer em algumas condições específicas da córnea, como distrofias. Uma distrofia comumente associada a essa condição é a Distrofia da Membrana Basal do Epitélio da Córnea, conhecida também como Distrofia Map Dot Fingerprint ou Distrofia Microcística de Coogan.
O diagnóstico da erosão recorrente é feito com base na história clínica do paciente e no exame oftalmológico. Geralmente, especialistas em córnea têm mais familiaridade com essa doença e são capazes de realizar o diagnóstico com mais facilidade.
O tratamento na fase aguda pode envolver o uso de colírios lubrificantes e colírios hiperosmóticos para melhorar a aderência do epitélio, especialmente antes de dormir. Além disso, lentes de contato terapêuticas podem ser usadas para aliviar os sintomas e facilitar a cicatrização, enquanto antibióticos podem ser prescritos para prevenir infecções.
Em alguns casos, pode ser necessário remover o epitélio afetado (ceratectomia) para permitir o crescimento de um novo epitélio saudável.
No tratamento de manutenção, busca-se otimizar a qualidade da lágrima e utilizar pomadas e colírios hipertônicos.
O objetivo é prevenir novas crises ou, pelo menos, reduzir sua frequência a um ponto em que o paciente consiga conviver bem com a doença, sem correr riscos de complicações.
Quando os casos são muito recorrentes e têm um impacto significativo na vida do paciente, procedimentos cirúrgicos como micropuntura de córnea e excimer laser podem ser necessários.
Casos de traumas oculares leves são muito comuns nas emergências oftalmológicas.
Geralmente, ocorrem quando os pais se machucam acidentalmente ao serem atingidos pelo dedo ou unha do filho.
Pacientes que passaram por esse tipo de lesão devem estar atentos à possibilidade de desenvolver erosão recorrente da córnea ao longo do tempo.
Os sintomas podem surgir apenas após alguns meses.
Portanto, é importante buscar acompanhamento com um oftalmologista para controlar a dor e a irritação, evitando cicatrizes e infecções que podem causar danos permanentes à visão.
Artigo escrito por Dr. Matheus Sticca, atualizado em 2023. Proibida a reprodução parcial ou total sem autorização. Contém apenas informações gerais sobre doenças oculares e não substitui avaliação oftalmológica.
