Oftalmologista Dr. Matheus Sticca

Teste do Olhinho

Proteja a visão do seu bebê com o Teste do Olhinho!

O Teste do Reflexo Vermelho, também conhecido como Teste do Olhinho, é um exame simples, rápido e indolor realizado em recém-nascidos.

Seu objetivo é detectar problemas oculares que afetam a transparência dos meios oculares e podem prejudicar o desenvolvimento visual.

Esse teste deve ser realizado o mais breve possível, preferencialmente ainda no primeiro mês de vida, idealmente na maternidade.

É importante ressaltar que um teste normal não exclui a presença de catarata parcial ou retinoblastoma em estágio inicial.

Portanto, é essencial conscientizar os pais e pediatras sobre a necessidade de um exame oftalmológico precoce, a ser realizado nos primeiros seis meses de vida, ou, no máximo, no primeiro ano.

Essa medida pode evitar diagnósticos tardios de problemas oculares graves, que podem resultar em deficiência visual ou até mesmo risco de vida, como no caso do retinoblastoma.

QUAL O SIGNIFICADO DO TESTE DO OLHINHO?

A observação do reflexo vermelho da retina indica que as estruturas oculares internas estão transparentes.

A opacidade desses meios pode causar diminuição ou perda do reflexo, bem como a presença de leucocoria (pupila branca).

Vale ressaltar que um fenômeno semelhante ao reflexo vermelho pode ser observado em fotografias com flash.

RESULTADOS POSSÍVEIS

O Teste do Reflexo Vermelho pode apresentar três respostas possíveis: reflexo presente, ausente ou duvidoso.

Além disso, a simetria do reflexo entre os olhos também é avaliada.

Em casos de reflexos ausentes ou duvidosos, é indicado um exame oftalmológico completo, e os resultados devem ser compartilhados com o pediatra.

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Figura 1: Reflexo Vermelho presente e simétrico bilateral
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Figura 2: Reflexo Vermelho Alterado: ausente em olho direito e presente em olho esquerdo

As principais causas de alteração nesse exame incluem catarata congênita, glaucoma congênito, retinoblastoma, leucoma (opacidade da córnea), inflamações intraoculares da retina e vítreo, retinopatia da prematuridade, descolamento de retina, vascularização fetal persistente, hemorragia vítrea, cicatrizes de retinocoroidite, persistência de fibras de mielina, estrabismo, anisometropia, altas ametropias (graus elevados) e malformações oculares, como o coloboma de disco óptico e retina.

O diagnóstico precoce da maioria dessas patologias possibilita o tratamento adequado a tempo, evitando ou minimizando a deficiência visual e, no caso do retinoblastoma, reduzindo o risco de vida da criança.

CONHEÇA AS DOENÇAS QUE ALTERAM O EXAME

A seguir, detalhamos algumas anormalidades encontradas nas partes anterior e posterior do olho:

PARTE ANTERIOR DO OLHO

Disgenesias do Segmento Anterior: Anomalia de Peters, Axenfeld Rieger, Esclerocórnea

Glaucoma Congênito ou Secundário: o glaucoma congênito é causado por uma anormalidade no desenvolvimento da parte anterior do olho e geralmente está associado ao aumento do diâmetro corneano, opacidade da córnea e fotofobia intensa. Nos casos de glaucomas infantis secundários, a drenagem do líquido do olho (humor aquoso) é comprometida devido a patologias oculares congênitas, adquiridas ou até mesmo alterações sistêmicas.

Persistência de Membrana Pupilar: é um tecido fibrovascular embrionário remanescente que normalmente desaparece por volta das 34 semanas de gestação. Quando é muito intensa, pode ter repercussões e requerer abordagem cirúrgica.

Catarata Congênita: pode ser unilateral ou bilateral e deve ser diagnosticada precocemente para que seja realizada uma abordagem cirúrgica rápida. A privação sensorial nos primeiros 2 a 3 meses de vida pode levar ao desenvolvimento de nistagmo e comprometer significativamente a visão.

PARTE POSTERIOR DO OLHO

Persistência da Vasculatura Fetal: anteriormente chamada de Persistência do Vítreo Primário Hiperplásico, corresponde a um amplo espectro de anomalias congênitas que se manifestam pela presença de uma placa vascularizada atrás do cristalino. Inicialmente, o cristalino pode estar transparente, mas pode se opacificar ou ser reabsorvido.

Uveítes (Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus, Herpes e Sífilis): as infecções congênitas, como toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes e sífilis, podem afetar o reflexo vermelho de várias maneiras, seja por meio de uma grande cicatriz de retinocoroidite, intensa vitreíte ou presença de catarata secundária.

Toxocaríase: geralmente, a infecção pelo Toxocara afeta crianças a partir dos 6 meses de idade e pode ocorrer de forma assintomática. Costuma ser unilateral e, às vezes, pode ser confundida com retinoblastoma.

Hemorragia Vítrea: durante o período neonatal, a hemorragia vítrea e retiniana ocorrem mais frequentemente durante o parto, devido ao aumento abrupto da pressão intra-abdominal e intra-torácica (retinopatia de Valsalva). Em geral, a resolução é espontânea, mas quando localizadas na mácula, podem causar ambliopia.

Doença de Coats: caracteriza-se pela presença de vasos retinianos anormais, que podem levar ao descolamento de retina exsudativo. Em alguns casos, pode se assemelhar ao retinoblastoma.

Anormalidades do Disco Óptico: alterações congênitas, como colobomas e a anomalia de Morning Glory, podem afetar o reflexo vermelho.

Retinopatia da Prematuridade: em estágios avançados, o exame do reflexo vermelho pode apresentar alterações. Recomenda-se que prematuros com idade gestacional inferior a 35 semanas e/ou bebês com baixo peso ao nascer (menor que 1,5 kg) sejam submetidos a um mapeamento de retina como triagem para retinopatia da prematuridade.

Retinoblastoma: é o tumor intraocular maligno mais comum na infância. Pode ter origem hereditária (em 40% dos casos) ou ser isolado. A leucocoria é o sinal mais comum e muitas vezes é observada pelos próprios familiares.

Altas Ametropias: o Teste do Reflexo Vermelho também pode apresentar alterações em graus refracionais elevados, como hipermetropia, miopia, astigmatismo e anisometropia (diferença de grau entre um olho e o outro). Essas alterações devem ser identificadas e tratadas precocemente para evitar o desenvolvimento de ambliopia.

Diante de qualquer suspeita de anormalidades no reflexo vermelho, é necessário realizar um exame oftalmológico completo.

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Artigo escrito por Dr. Matheus Sticca, atualizado em 2023. Proibida a reprodução parcial ou total sem autorização. Contém apenas informações gerais sobre doenças oculares e não substitui avaliação oftalmológica.