Oftalmologista Dr. Matheus Sticca

Tratamento Cirúrgico do Ceratocone

Saiba mais e entenda as diferenças

A abordagem do ceratocone evoluiu ao longo do tempo e atualmente é denominada de manejo moderno do ceratocone.

Nessa abordagem moderna, é necessário um entendimento de cada paciente como um todo e propor o tratamento de forma individualizada para ele.

A cirurgia não é necessária para todos os pacientes, mas não deve ser negligenciada para aqueles que precisam.

Podemos dividir o tratamento em dois pilares fundamentais:

  1. Garantir a estabilidade da córnea e controlar a progressão com crosslinking, além de realizar acompanhamento frequente e contínuo com exames.

  2. Melhorar a visão por meio de óculos, lentes de contato gelatinosas, rígidas ou esclerais, anel ou transplante.

O CROSSLINKING DO COLÁGENO DA CÓRNEA
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Devido à sua importância, dedicamos uma página inteira ao crosslinking.

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São discutidos: como é a cirurgia e sua recuperação, os riscos e as complicações.

Também apresentamos as diferentes técnicas e os novos protolocolos para córneas muito finas.

ANEL INTRAESTROMAL

O objetivo do anel é induzir o aplanamento topográfico da córnea, reduzir sua assimetria e aberrações, e assim, melhorar a visão do paciente sem óculos e com óculos.

O planejamento adequado, incluindo qual segmento deve ser colocado, sua espessura e sua localização final, é fundamental para obter resultados satisfatórios.

O anel pode ser realizado isoladamente ou em combinação com outras técnicas cirúrgicas, como o crosslinking, antes ou após o procedimento.

O anel foi projetado para tratar uma córnea doente e, portanto, o paciente não deve esperar um tratamento refrativo total que proporcionará excelente visão sem óculos.

Normalmente, observa-se uma melhora na visão em relação ao estado anterior, tanto com ou sem óculos.

Caso a visão ainda seja insatisfatória após a cirurgia, além dos óculos, há a opção das lentes de contato.

Quanto às lentes de contato após o anel, a preferência é pelas gelatinosas quando a visão é boa com óculos. Se a visão ainda for insatisfatória, podemos tentar as lentes rígidas, mas muitas vezes o paciente precisará das lentes esclerais.

As complicações incluem sensação luminosa ao perceber a borda do anel na córnea (principalmente à noite), migração ou extrusão do anel e infecção. Algumas delas podem exigir a remoção do anel, e nesses casos, a córnea tende a retornar aos valores topográficos anteriores ao implante.

TRANSPLANTE DE CÓRNEA

Mesmo com o desenvolvimento de várias técnicas para auxiliar no tratamento do ceratocone, o transplante ainda é uma opção para casos avançados da doença, com o objetivo de melhorar a visão.

Sua principal indicação é o tratamento de cicatrizes e opacificações da córnea.

Antigamente, os casos progrediam até que os pacientes precisassem de transplante. Com a interrupção da progressão da doença por meio do crosslinking, muitos transplantes têm sido evitados.

Além disso, no passado, a única opção eram as lentes rígidas, que muitas vezes não eram confortáveis ou estáveis. As lentes esclerais oferecem a possibilidade de proporcionar visão e conforto em casos avançados, adiando ou prevenindo a necessidade de um transplante de córnea.

A técnica de preferência, quando possível, é o transplante lamelar (DALK – deep anterior lamellar keratoplasty).

O transplante penetrante (tradicional, de espessura total) é normalmente realizado quando a cicatriz é muito profunda, quando há doença endotelial da córnea associada ou quando o DALK não é possível.

O transplante pode ajudar a melhorar a qualidade de vida de pacientes com a doença extremamente impactada, mas não é a solução final para o ceratocone.

Na verdade, o transplante representa uma nova condição médica na vida do paciente e significa que ele terá que fazer acompanhamento cuidadoso e frequente com o oftalmologista pelo resto da vida.

A córnea transplantada normalmente sobrevive por cerca de 10 a 15 anos, o que significa que o paciente precisará passar por novas cirurgias para substituir a córnea, que naturalmente entra em falência.

Além disso, existem complicações inerentes ao transplante, como a retirada dos pontos, risco de rejeição, infecções, maior fragilidade ocular em traumas, e a possibilidade de desenvolvimento de catarata e glaucoma, entre outros.

AVANÇOS NA CIRURGIA DO CERATOCONE

O futuro da cirurgia para o ceratocone inclui tratamento topoguiado com excimer laser, o transplante da camada de Bowman e o implante de lamelas derivadas de tecido corneano dentro da córnea.

Artigo escrito pelo Dr. Matheus Sticca. Este site tem caráter meramente informativo e não substitui as orientações fornecidas pelo seu oftalmologista.