Calma, você não vai ficar cego pela doença, nem vai precisar de um transplante de córnea amanhã.
O diagnóstico de ceratocone pega o paciente e seus familiares de surpresa e pode assustar.
Um ponto importante para entender é que, embora não exista um colírio que cure o ceratocone, você tem a sorte de viver em um momento onde temos vários opções de tratamento e existe o crosslinking, que interrompe a piora da doença antes que você precise de um transplante de córnea.
Primeiramente, entenda todos os aspectos da sua doença:
Existe muito conteúdo sobre ceratocone na internet.
Você vai aprender mais sobre a doença, mas algumas informações podem não ser corretas e o ideal é que depois você converse sempre com o seu oftalmologista e tire suas dúvidas.
Você tem que saber da importância do diagnóstico precoce e da realização do crosslinking quando for necessária.
Não coce os olhos! Coçar os olhos está associado ao surgimento e piora do ceratocone e por isso precisa ser evitado a qualquer custo.
Doenças que causam coceira e irritação nos olhos, como alergias, têm que ser tratadas.
Se você tem ceratocone, existe um risco de seus familiares (irmãos, filhos, pais) também ter ou de desenvolverem a doença. Eles não podem coçar os olhos e devem fazer uma pesquisa para investigar a presença de ceratocone.
As LENTES RÍGIDAS TRATAM a doença?
Não, não e não! Por favor, não acredite nessa informação!
Um conceito errado, propagado em muitos sites, grupos de discussão na internet e até por oftalmologistas, é que as lentes de contato tratam e previnem a progressão do ceratocone.
Os pacientes têm que entender que as lentes são importantes para proporcionar visão ao paciente, mas não interrompem ou previnem a progressão da doença.
Conseguimos proporcionar boa visão até com lentes gelatinosas eventualmente, e casos mais moderados a graves podem precisar das lentes rígidas ou esclerais.
Além disso, alguns pacientes se beneficiam com o implante de anel para ajudar na visão.
Então que fique bem claro: só conseguimos estabilizar a piora do ceratocone realizando a cirurgia de crosslinking.
Saiba que, dependendo do caso, o tratamento pode ser muito mais simples e tranquilo do que parece.
O mais importante é você fazer os exames preventivos para acompanhamento da doença, pois todo caso avançado já foi um caso simples sem diagnóstico ou com acompanhamento inadequado no passado.
As melhores opções para o seu tratamento só serão definidas após uma avaliação completa de um especialista.
A doença tem um caráter progressivo e algumas vezes se estabiliza naturalmente, porém sempre deixamos isso acontecer ocorre algum grau de perda de visão, e mesmo para ela existem opções de tratamento.
Apenas uma pequena porcentagem dos pacientes precisarão de um transplante de córnea, mesmo os que não fizeram o crosslinking (embora esse número seja muito menor em pacientes que realizaram o crosslinking).
Finalmente, entenda que existem dois pilares principais no tratamento do ceratocone que sempre devem ser avaliados:
1- Controle da progressão da doença feito com acompanhamento frequente e contínuo (exames e crosslinking, se necessário); e
2- Melhora da visão (óculos, lentes de contato gelatinosas, rígidas ou esclerais, anel, transplante)
Artigo escrito pelo Dr. Matheus Sticca. Este site tem caráter meramente informativo e não substitui as orientações fornecidas pelo seu oftalmologista.
